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20110427

Conversas ao telemóvel

Hoje estava na paragem e vejo uma senhora, daquelas típicas da aldeia, com a bela da saia, o cabelo apanhado em cagalhoto no alto da cabeça, com brincos e fios de ouro, conjugados com um bigode de meter inveja a muito adolescente desejoso por barba. Esta senhora estava acompanhada pelo neto, que não devia ter mais que 4/5 anos. O telemóvel toca (la la la la la, uh, la la la la la uh, I still miss youuu):

Senhora: Tou sinhe? Tou sinhe? TOUE? Aie, ninguém fala. Ai o caralho. Toue?
Neto: Ó bó, o tufone 'tá ao cuntrário.
(A senhora começa o diálogo tentando disfarçar para ninguém perceber a falha. Ups, tarde de mais) Senhora: olha, se te despachares inda bais a teampo de apanhar'o da póboa.
(do outro lado, provavelmente não entenderam, e a senhora repete pausadamente cada palavra)
Senhora: se te despachares a chigar cá'baixo, inda bais a teampo de apanhar'o da póboa.
(e continuam sem perceber)
Senhora: Tu num oubes? SE TE DESPACHARES A CHIGAR CÁ'BAIXO, INDA BAIS A TEAMPO DE APANHAR'O DA PÓBOA!
(...)
Senhora: olha foda-se, bai a péã.
(e desliga)

20110420

Com o FMI, quem paga és ti

O Pseudo Rap - O Gangsta

Anda por aí muito "rap" ou "hip hop" (a distinção pode ficar para outra altura) que me enerva. O que eu pessoalmente chamo "rap gangsta". Agora perguntam vocês: que é que é essa merda?

Pois bem, para mim o "rap gangsta" é aquele "rap" (entre aspas propositadamente, que não sei se se pode considerar rap digno desse nome) que se baseia em dizer "eu faço", "eu aconteço", etc. Isso enerva-me solenemente. Porque muito desse suposto "rap" só deixa mal visto o rap que eu considero verdadeiro rap. Enerva-me que usem este género para fazerem músicas do género "eu passo fome, tenho dificuldades, moro num bairro social", mas depois vamos a ver videoclips, e andam em carros todos tunning, com grande sistema de som e o caraças e andam vestidos só com roupas de marca. Mas passam fome. Coitadinhos. Depois têm de roubar para sustentar o carro e para comprar Nike Airmax. E que tal em vez de roubarem para se vestir bem, roubassem para comer? Do mal o menos. Ah, e já para não falar da ganza. Videoclip de "rap gangsta" que seja de jeito andam sempre a fumar o seu charrito.

Mas coitados, têm uma vida complicada, são olhados de lado, são diferenciados... Se calhar também fazem por isso. O que têm de perceber é que não é por nascerem, crescerem ou morarem em bairros problemáticos que têm de se resignar a ser assim. Lá porque a maioria se dedica ao crime e à droga, também têm de ser assim? E nisto lá se vai a originalidade. Porque muitos criticam tanto as wannabe's, mas o que é que eles são? Em vez de wannabe Britney Spears ou algo parecido, não, são wannabe traficante, wannabe recluso. Sim, porque rapper gangsta que se prese já esteve preso. É fixe para o currículo. Porque não tem piada dizer que "eu roubo" se não tiver eu preso. Principalmente para depois fazer aquela música sobre uma gaja qualquer que não quer saber deles quando estavam presos.

Mas em muitos dos casos, "MC's contam o que fazem no fim só fazem de conta" (como canta Deau em "Lamento"), ou seja, são muito bab boys, mas depois no fim, nem são eles que mijam de pé em casa, por isso é que passam o dia na rua a inventar.

Agora a sério, quem faz músicas dessas, por vezes tem talento, sabe rimar e tudo mais, porque é que não aproveitam isso para tentarem fazer algo que passe alguma mensagem? Qualquer um de nós pode aprender com eles, têm experiências de vida que muitos de nós nem sequer imaginamos, mas infelizmente não têm o engenho para aproveitar o que têm... É que podem não ter noção disso, mas depois, e tal como tudo, seja em sexo, religião, raça, etc., as pessoas têm como exemplo sempre o pior, ou seja, generalizam. Depois queixam-se que o rap está mal visto.

NOTA: Isto é apenas a minha opinião pessoal, estou aberto a discussões acerca do assunto.

20110419

Última moda em Angola - Quem quer ser milionário veste clarinete

Aqui vão uns exemplos de esperteza exímia retirada do programa Quem Quer Ser Milionário - Angola:

Crawl é... Género Musical



O rapazinho confunde-se, dança do Crawl... provavelmente dança do Crawl deve ser algo em que "os braços se movimentam alternadamente e as pernas para cima e para baixo" (retirado de Crawl (natação). No fim, acaba por dizer que é um género musical. Se calhar ele gosta de Linkin Park, ouviu a Crawling e achou que os LP estavam a falar do seu novo género musical...

Como se chama a namorada do Rato Mickey? Mafalda



Cheira-me é que alguém fez figura de Pateta...

O Violino é um instrumento de... Sopro



Ninguém compreendeu o raciocínio do rapaz: instrumento de sopro, sopro... ar, ar, portanto eu preciso de ar para falar, logo, falar, cordas vocais! Daí, ele na verdade queria dizer cordas.

CLARINETE É... PEÇA DE ROUPA



Que é que eu vou vestir hoje? Hum, está assim meio chove-não-chove, não vou de calções que está fresco, não vou de calças porque está quentinho, acho que vou vestir aquele clarinete que a minha avó me deu no Natal... ao menos este ano variou e não me deu um par de meias!

Agora em jeito de conclusão, tenho que tirar o chapéu ao apresentador. Depois de ver estas barbaridades, conseguir não começar a rir a bandeiras despregadas na cara dos concorrentes é obra. Ah, e já agora, para futuros concorrentes: NÃO USEM O 50:50, É QUE O PÚBLICO CONSEGUE SER MAIS BURRO QUE OS CANDIDATOS.

Olha este país: U R Gay

Homer e a descoberta do Uruguai.

20110417

No Facebook, quem mama vai p'ra rua, mas volta

A história não tem muito que contar, a chilena Leslie Power Labbe, psicóloga clínica, viu a sua conta do Facebook apagada quando colocou como foto de perfil uma fotografia sua a amamentar o filho.

A psicóloga chilena recebeu um E-mail do Facebook o qual dizia que a fotografia de perfil violava as condições de utilização.

"As condições de uso da rede social proíbem o upload de imagens consideradas obscenas e pornográficas. No tópico Termos e Condições (no fundo da página, à direita) pode ler-se, no ponto 3, que os utilizadores não poderão publicar conteúdo que “incite ao ódio, ameaçador, pornográfico, que incite à violência ou que contenha nudez ou violência gráfica ou gratuita”.

“Fotos que contêm um peito completamente exposto, por exemplo, violam esses termos (sobre material obsceno, pornográfico ou sexualmente explícito) e devem ser retiradas”, avisou a rede social na nota enviada à chilena.", conforme consta na notícia do Publico.

A chilena alegou que utilizava a conta para a sua vida profissional, na qual publicava notícias acerca das suas investigações, que aparentemente surtiu o efeito desejado, uma vez que a conta foi reaberta.

20110406

Terapia anti-raiva (acreditem, funciona)

Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer.
Encontrei o número e marquei-o. Respondeu um homem que disse:
-"Está?"
Educadamente respondi-lhe:
-"Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Fonseca, por favor?"
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos:
-"Vê lá se arranjas a merda do número certo, ó filho da puta!" e desligou o telefone.

Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas.
Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos.
Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe:
-"És um grande paneleiro!" e desliguei.
Escrevi o número dele juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.

De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe:
-"És um paneleiro!" Isso animava-me.
Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu terapêutico telefonema do "paneleiro" iria acabar.
Por isso, liguei-lhe e disse:
-"Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de identificação de chamadas!"
Ele disse:
-"NÃO!" e bateu o telefone.
De seguida liguei-lhe, e disse:
-"É porque és um grande paneleiro!"

Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.
Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me.
Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá estava.

Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era melhor telefonar também para o paneleiro do BMW.
Perguntei-lhe:
-"É o senhor que tem um BMW preto à venda?"
-"Sim", disse ele.
-"E onde é que o posso ver?", perguntei.
-"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
-"E o senhor chama-se?." perguntei.
-"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
-"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"
-"Estou em casa todos os dias depois das cinco."
-"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"
-"Diga!"
-"És um grande paneleiro!", e desliguei o telefone.
Agora, sempre que tinha um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.

Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.
-"Está?"
-"És um paneleiro!" (mas não desliguei)
-"Ainda estás aí?" ele perguntou.
-"Sim", disse-lhe.
-"Deixa de me telefonar!" gritou.
-"Impede-me", disse eu.
-"Quem és tu?" perguntou.
-"Chamo-me Alberto Palma", respondi.
-"Ah sim? E onde é que moras?"
-"Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó paneleiro. Porquê?
-"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.
-"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro!" e desliguei.
A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.
-"Está?"
-"Olá, paneleiro!", disse eu.
Ele gritou-me:
-"Se descubro quem tu és..."
-"Fazes o quê?" perguntei-lhe.
-"Parto-te a tromba!" disse ele.
E eu disse-lhe:
-"Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa, e já vais ver."

Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.
Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas.
Cheguei a tempo de ver os dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas da polícia e uma série de repórteres de TV.
Já me sinto muito melhor. Gerir a raiva sempre funciona.!

20110403